Transtorno de Personalidade Narcísica.

Pessoas com transtorno de personalidade narcísica são pacientes que tentam manter uma imagem de perfeição e invencibilidade pessoal para si e tentam desvalorizar e menosprezar os outros que não se enquadram em seu ponto de vista. Teoricamente isso se origina na fase edipiana ou pós-edipiana, com os investimentos objetais voltadas para o próprio indivíduo.
A dura realidade da vida ou mesmo uma doença física pode quebrar este ciclo e um paciente pode perder o sentimento de segurança inerente a um senso de autocoesão.
Esta perda de identidade precipita uma sensação de que “o meu mundo está caindo aos pedaços”, e o paciente sente uma sensação de fragmentação pessoal.
A tentativa de manter um sentimento de superioridade e a estratégia defensiva de não mostrar sua fragilidade pode fazer com que demore na busca de atendimento, comprometendo-se e piorando seu quadro clínico.





Muitas vezes, apenas os médicos com alto status em uma prestigiosa instituição é considerada digno de respeito para que o paciente o procure e nas maioria dos casos, por não receber a atenção desejada de tão "prestigiado" profissional, o acaba desmotivando para continuar tal tratamento.
Membros da equipe subalternos (secretárias, assessores etc) podem ser alvos de "ataques"  que o paciente pretende estabelecer dominância hierárquica, a fim de contrariar a vergonha e temor desencadeado pela sua doença.
Os profissionais de saúde envolvidos com esse paciente, devem transmitir um sentimento de respeito e de reconhecimento do problema e de sua auto importância, porém devem ao mesmo tempo, evitar o reforço patológico de grandiosidade que pode contribuir para a negação da doença, ou da fraqueza que o assusta.
Uma primeira abordagem do apoio seguido pelo passo-a-passo de confronto do paciente com sua vulnerabilidade, pode permitir que o paciente aprenda a lidar com as implicações da doença e com seus sentimentos de força subjetiva. Para cada caso é estudado uma ferramenta psicanalítica específica, de acordo com a vida emocional de cada individuo.
A psicanálise focal e/ou psicoterapia cognitiva, crê que o aumento da autoconfiança do paciente, pode reduzir a necessidade de atacar a equipe , pois o paciente tende a apresentar grandes expectativas sem assumir responsabilidades recíprocas.
Muitos dos princípios do tratamento e abordagens discutidos para aplicar a esse transtorno, podem favorecer o distúrbio de personalidade limítrofe (Borderline).
Se aplica as mesmas ressalvas ao tratamento farmacológico dos sintomas depressivos.
Ao apresentar os sintomas e tratamento em pacientes com transtornos de personalidade narcisista e outras em condições semelhantes, deve ser dada atenção às conseqüências da remoção de sintomas em um paciente cujo caráter é primitivo subjacente ou frágil.
Alguns clínicos sugerem que a grandiosidade e a tendência para idealizar e desvalorizar deve ser interpretada como manobras defensivas quando aspectos de relações iniciais da vida emocional conflituosas, que interferem em sua vida adulta.
O terapeuta deve estar consciente da importância do narcisismo para a continuidade do psiquismo do paciente, e deve preocupar-se com abster-se de enfrentar a necessidade de auto-engrandecimento que ajudam o paciente a estabelecer intacta sua auto-imagem, porém a quebra de certas cadeias sintomáticas, devem trazer certo grau de conforto psicólogico ao paciente.
A boa compreensão dos princípios da personalidade narcisista, tanto para a interpretação para o paciente, como para uso no combate contratransferencial é de suma importância, bem como o uso do método catártico pode ser responsavelmente utilizado.
As metas terapeuticas precisam ser tratadas como em todas as outras psicopatologias, ou seja, com importância e comprometimento, uma vez que a fonte desses pacientes estão nas dificuldades que residem nas profundezas patológicas de seu desenvolvimento, e chegar até a causa destas patologias (núcleo fóbico) é uma jornada grandiosa.