Como nos entenderemos...

Psicoterapia é o tratamento, por meio psicológicos, de problemas de natureza emocional, no qual uma pessoa treinada deliberadamente estabelece um relacionamento profissional com o paciente, com o objetivo de remover, modificar ou retardar sintomas existentes, interferir em padrões perturbados de comportamento, promover o desenvolvimento e crescimento positivo da personalidade.
A Psicoterapia Breve é um tratamento de natureza psicológica, de inspiração psicanalítica, cuja duração é limitada, buscam obter uma melhora da qualidade de vida em curto prazo, escolhendo um determinado problema mais premente e focando os esforços na sua resolução.
Dentre essas técnicas focais, uma que traz grandes benefícios em um prazo muito breve é o processamento de situações traumáticas por estímulos bilaterais (EMDR).
Há três reações possíveis a uma situação de perigo. Lutar, fugir ou paralisar-se. A paralisia é um último recurso para manter-se vivo, como um animal acuado que se finge de morto. Mas, ao contrário do lutar ou fugir, ela impede o processamento da experiência produzindo um trauma.
Uma experiência traumática não adquire um significado aceitável. Ela envolve uma intensidade de energia emocional, maior do que o organismo foi capaz de descarregar. Esse excesso de carga fica provocando o sofrimento.
As técnicas mais modernas permitem verificar que pessoas traumatizadas têm uma atividade cerebral muito maior de um lado do cérebro do que do outro.
A EMDR é um tratamento através de estímulos (visuais, auditivos, táteis) que facilitam o restabelecimento da comunicação entre os dois hemisférios cerebrais; vão se produzindo pequenas descargas suportáveis que possibilitam o processamento da situação e o alívio do sofrimento por uma re-significação da situação.
Vítimas de situações catastróficas ou de abuso físico, sexual ou emocional, e pessoas com sintomas de fobia ou pânico, rapidamente se restabelecem com a EMDR. Há também as situações dos pequenos abusos de situações opressivas ao longo de anos a fio que podem ser beneficiadas por este tratamento.
Mas percebe-se também que todos nós temos "trauminhas", situações difíceis ao longo de nossas vidas que não encontraram uma saída satisfatória, e que podem ser processadas desta forma para nos propiciar uma sensível melhora em nossa disposição.

Essas situações podem produzir sintomas como depressão, estresse, ansiedade, pânico, fobia, desamparo e amnésia, como uma determinada época da vida que não deixou lembranças.
A psicoterapia, em seu sentido genérico, como prática que se propõe a ajudar pessoas com sofrimentos psicológicos, mesmo que com distúrbios orgânicos (psicoterapia de pacientes com câncer, de coronarianos, ou mesmo de doentes mentais de causa orgânica ou bioquímica) se adaptará às novas ordens científicas, culturais e econômicas. Entre elas existe a tendência de comprovação científica (matemática) de resultados, mesmo que para isto se empreguem somente os critérios das ciências físicas ou biológicas e não, também, os das ciências humanas, onde as psicoterapias estão igualmente inseridas. Esta é uma pressão que, apesar dos protestos em contrário, implantará na psicoterapia do século XXI uma política de resultados. Outro fator de pressão para "resultados" situa-se na tendência do mundo ocidental especialmente do primeiro mundo, de submeter o atendimento médico aos seguros-saúde. Desta forma, as psicoterapias ficarão atreladas às companhias de seguro, privadas ou públicas, que exigirão psicoterapias breves, resultados objetivos e pouco dispendiosos.
A Psicoterapia Breve Integrada coloca em dúvida o conceito de que para ajudar de modo eficaz um paciente seja sempre necessário um tempo prolongado. Através de uma abordagem psicoterapêutica mais dinâmica e flexível, essencialmente distinta da técnica psicanalítica tradicional, a Técnica Focal da P.B.I. possibilita que os objetivos terapêuticos sejam atingidos em prazo mais curto, através de um mecanismo denominado "Efeito Carambola", em que as mudanças em uma determinada área podem conduzir a alterações em outras áreas do comportamento do paciente.
Baseia-se no modelo de abordagem integrada biopsicossocial e privilegia a visão psicodinâmica dos conflitos, permitindo a integração de diversas técnicas de diferentes abordagens psicoterapêuticas, além da utilização conjugada do tratamento psicofarmacológico.
O termo "Psicoterapia Focal" teve origem na intenção de S. Ferenczi e O. Rank (discípulos de S. Freud), que em 1924 tentaram diminuir o tempo dos tratamentos psicanalíticos. Posteriormente, outros psicanalistas também fizeram importantes "transgressões" à técnica psicanalítica, sedimentando as características atuais da técnica de P.B.
Atualmente enfatiza-se a perspectiva teórica psicodinâmica da Teoria dos Afetos. A denominação "breve" deve-se ao fato de que as características específicas de sua Técnica Focal permitem abreviar a duração do tratamento e também reduzir o número de sessões. A Técnica Focal da Psicoterapia Breve Integrada tem como objetivo ajudar o indivíduo na busca de soluções mais adaptativas aos seus problemas, dentro do tempo mais breve possível. É orientada para objetivos claramente delimitados e para mudanças legítimas nas vidas das pessoas e não somente para autoconhecimento e apoio.




TÉCNICA FOCAL


O objetivo da Técnica Focal não é atingir todos os aspectos de mudanças estruturais, mas sim, dar início ao processo e deixar o paciente suficientemente estabilizado de forma que possa dar continuidade a esse processo de crescimento através de outros relacionamentos em sua vida. O papel do terapeuta será o de catalisador nesse processo de facilitação de mudanças proporcionando Experiências Emocionais Corretivas.

A Técnica Focal tem se provado extremamente eficaz em alguns transtornos mentais tais como:


- Transtornos depressivos
- Transtornos ansiosos
- Transtornos de comportamento
- Transtornos alimentares
- Reações de ajustamento
- Transtorno de estresses pós-traumático

A técnica da P.B.I., baseia-se no princípio da flexibilidade, que permite a integração de diversas técnicas de diferentes abordagens terapêuticas.
Tem objetivo delimitado e enfatiza a realidade objetiva. Utiliza-se dos Triângulos de Interpretação para a compreensão do psicodinamismo do paciente e também dos conceitos de Experiência Emocional Corretiva (E.E.C.) e de Efeito Carambola para a explicação dos mecanismos terapêuticos.
Além disso, a técnica de P.B.I. se sustenta no que foi denominado em 1984 por Vera Lemgruber, de "Tríade da P.B".:
Atividade do terapeuta, que se opõe à Regra de Abstinência, já que a atenção seletiva do terapeuta em P.B.I. contrapõe-se à atenção flutuante do psicanalista e evita-se o estabelecimento da Neurose de Transferência também através de interpretações que valorizem o vértice da realidade atual no Triângulo do Insight e do emprego de focalização através de interpretação, atenção e negligenciar seletivos em relação ao foco de trabalho previamente estabelecido e discutido pelo terapeuta com o paciente.
Planejamento das estratégias terapêuticas a serem utilizadas e dos objetivos a serem atingidos, a partir da avaliação inicial e indicação terapêutica. É necessária uma avaliação prévia das condições internas e estrutura de personalidade do paciente, através de um diagnóstico nosológico (CID-10 e/ou D.S.M. IV) e de um diagnóstico psicodinâmico (com base no esquema dos Triângulos de Interpretação), pois nem todo paciente tem indicação para este tipo de técnica.
Foco estabelecido através da compreensão do psicodinamismo do problema do paciente, obtida pela avaliação do Triângulo do Conflito, com base na Teoria dos Afetos. É importante para o terapeuta, na P.B.I., uma adequada avaliação das dificuldades do paciente e da gênese de seus problemas, para uma melhor compreensão dos conflitos psicodinâmicos. Dessa forma, apoiado numa sólida teoria de desenvolvimento psicológico, ele busca aumentar a probabilidade de propiciar Experiências Emocionais Corretivas.
A Focalização impede a Regra Fundamental da Associação Livre da Psicanálise, mantendo o problema principal como o foco central do processo terapêutico. O paciente é levado a identificar e correlacionar seus problemas e dificuldades, com as situações de sua vida diária nas quais eles aparecem.
Essas características essenciais distinguem a técnica da P.B.I. da técnica psicanalítica clássica, por se oporem às principais bases dessa.